NORTE DE MINAS SE MOBILIZA CONTRA O IEF E A BUROCRACIA
MONTES CLAROS (por Helenice Laguardia) – No próximo dia 5 de outubro, mil produtores rurais do Norte de Minas Gerais vão se reunir no Parque de Exposições de Montes Claros para protestar contra a burocracia ambiental do governo do Estado e a demora dos licenciamentos.
Os produtores da região alegam falta de comprometimento, mudança de rumos da política ambiental e uma indústria de multas propalada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).
O encontro foi definido depois de reunião, ontem, no Sindicato Rural de Montes Claros com a participação de 15, dos 22 representantes das associações rurais do Norte de Minas. O presidente da Sociedade Rural de Montes Claros, Alexandre Vianna, informou que serão distribuídos novos outdoors pelas cidades da região com frases para cobrar do governo o cumprimento da lei estadual aprovada em Minas Gerais antes do polêmico decreto federal que incluiu a Mata Seca e Caatinga na Área de Proteção Permanente da Mata Atlântica.
200 MIL DESEMPREGADOS
O presidente da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas Gerais, João Gustavo de Paula, que representa 80 filiados, informa que o decreto federal vai causar a perda de 200 mil postos de ocupação. "Queremos que o governo estadual cumpra o que prometeu. O Vale do São Francisco não faz parte do bioma da Mata Atlântica e, sim, do bioma Caatinga e Cerrado", disse.
De acordo com Gustavo, a Associação Comercial de Montes Claros informou que o comércio está sentindo queda nas vendas, já que 80% dos negócios do varejo dependem da agropecuária no Norte de Minas.
GOVERNADOR REAGE
Ontem, o secretário da Agricultura, Gilman Viana Rodrigues, informou que será publicado hoje um decreto de lei, no "Minas Gerais", diário oficial do Estado, que coloca o Projeto Jaíba como área de utilidade pública e interesse social. A definição das diretrizes foi debatida ontem em reunião de duas horas entre o governador Aécio Neves e os secretários da Agricultura, Gilman Viana Rodrigues, de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, e extraordinária do Norte e Jequitinhonha, Elbe Brandão. Também participaram os deputados estaduais que representam o Norte de Minas.
Segundo Viana, haverá levantamento das multas cobradas pelo IEF e estudo para repactuação das dívidas. Além disso, no Projeto Jaíba I, haverá renegociação das dívidas do crédito agrícola feitas junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
"Será uma renegociação do débito cobrando dois anos de carência e dez anos de prazo para pagar. As taxas de juros serão de 3% ao ano". Ele prometeu também mais agilidade no processo de licenciamento ambiental para desmatamento nas áreas do Jaíba.
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